FINALIDADES DO DESENHO NO CURSO PRIMÁRIO BRASILEIRO: pretexto para pensar a noção de expertise

Autores

  • Marcos Denilson Guimarães UNIFESP

Resumo

Neste artigo apresento resultados parciais de uma pesquisa de doutorado em andamento que visa identificar que transformações sofreram as finalidades do Desenho como matéria do curso primário brasileiro a partir do exame a documentos oficiais do período. No entanto, para dar conta de entender se e como foi construída uma expertise sobre o ensino do Desenho por meio da análise de decretos e da produção de manuais didáticos da segunda metade do século XIX, recorri, além do estudo de Chervel (1990) sobre as finalidades de objetivo, ao trabalho de Hofstetter et al (2013) que problematiza as transformações dos modos de expertise na longa duração. Poder-se-ia dizer que no movimento oscilatório de entrada e saída do Desenho no curso primário do Rio de Janeiro houve o reconhecimento de finalidades marcantes. De um Desenho Linear à vista (PACHECO, 1881) para um Desenho Linear ou Geométrico (BORGES, 1882) as finalidades passaram do aprendizado de uma habilidade manual e visual que educasse a vista e tornasse a mão destra e firme para futuros trabalhos para servirem como auxílio à escrita, utilidade prático-profissional, meio de desenvolver a faculdade de observação das crianças e o gosto pelo belo na natureza e obras de arte etc. Neste sentido, entra em cena o discurso de uma expertise ligada, notadamente, ao campo pedagógico de sujeitos que com suas experiências profissionais, em importantes postos assumidos, se tornaram referência no assunto.

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Publicado

2016-12-30